Acessibilidade em jogos eletrônicos: uma realidade?
Em qualquer segmento da sociedade, a inclusão e a acessibilidade são inegáveis marcos da evolução de um setor, que alcança um resultado significativo ao ponto de poder se desprender do geral, da busca por público em números, e voltar sua atenção para as “minorias”.
Aqui no Brasil, isso ocorre na televisão, com a legislação que torna obrigatório a disponibilidade de closed caption em parte do horário de programação. Porém, se distanciando um pouco dos meios de comunicação, trataremos de algo um pouco mais inusitado: jogos eletrônicos.
Para muitas pessoas, jogos eletrônicos são apenas lembranças da infância, algo que pode passar facilmente despercebido em meio às muitas preocupações da vida moderna. Entretanto, acreditar que jogos são coisa de criança não poderia ser um engano maior: o mercado mundial de games deve movimentar, em 2015, a quantia aproximada de 91,5 bilhões de dólares.
Esse valor considerável é resultado do número crescente de consumidores, e levanta uma questão: como portadores de deficiência podem fazer parte desse número?
O início da resposta para essa pergunta está na própria evolução do mercado de jogos: com mais recursos, as empresas têm investido cada vez mais em melhorias na área de acessibilidade. Nos últimos anos, um número cada vez maior de jogos conta com um sistema de legendas, o que os torna acessíveis para os deficientes auditivos, principalmente jogos que possuem mecânicas de “escolha e consequência” ou se destacam por sua “história-base”.
Para se adaptar aos portadores de deficiências visuais leves, muitas empresas têm buscado trazer aprimoramentos visuais que tornem seus jogos mais atraentes para esse público. Um exemplo digno de nota é a desenvolvedora sueca DICE, que tem como marca registrada disponibilizar sistemas gráficos com personalização para daltônicos, e também opções que tornem seus jogos visualmente menos detalhados, para melhorar a experiência de jogo para pessoas com visão reduzida.
Para portadores de deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida, o processo de adaptação caminha com passos lentos. A indústria de consoles, os clássicos videogames, precisa enfrentar o desafio de criar produtos que se adaptem às necessidades desses consumidores em potencial, algo que as empresas que desenvolvem jogos para computador já tem implantado em seus jogos, que é um sistema de personalização de teclas de atalho, muito comum nos jogos de computador da última década, que permitem o usuário configurar seu teclado e mouse da maneira que achar mais confortável (ou possível, no caso de portadores de certas deficiências físicas).
O cenário atual de jogos eletrônicos com sistemas de acessibilidade não é nem de longe desanimador, mas traz à tona uma pergunta: não está na hora de formular leis que regularizem esse processo?
Se desejamos uma realidade na qual a acessibilidade é total e de qualidade, essa não é uma questão para deixar empoeirar na memória.
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