O Implementador de Funções e Remultiplexador Inteligente IFN 100 está pronto para sinalizar todas as soluções de áudio imersivo do mercado, além de enriquecer a experiência dos deficientes visuais com a Audiodescrição Imersiva.
Nos últimos dez anos, o som imersivo ocupou as salas de cinema, games, smartphones e serviços de streaming. Agora ele está chegando às emissoras de televisão aberta.
Muito além do surround tradicional, o áudio imersivo utiliza camadas extras de som, que vêm de cima e de baixo, criando mais envolvimento com as músicas, efeitos e diálogos.
A possibilidade de colocar espectador ‘dentro’ da cena multiplica os recursos de criação com opções inéditas de narrativa.
Os recursos do áudio imersivo começaram a ser explorados pela TV Cultura de São Paulo neste ano. A emissora está utilizando a tecnologia Dolby Atmos e a SHOWCASE foi um dos fornecedores selecionados para compor solução tecnológica com o
Implementador de Funções e Remultiplexador Inteligente IFN 100.
Pioneirismo no áudio imersivo
O início das transmissões regulares está programado para dezembro, com o especial de Natal “Auto do Brasil” e a emissora passará a gravar concertos e espetáculos realizados na Sala São Paulo considerando a experiência de um som 360 graus.
“A captação do áudio de orquestras feita pela TV Cultura é uma das melhores, senão a melhor do Brasil. Os sonoplastas vão levar a audiência para dentro da orquestra, na posição do maestro, por exemplo. Será uma experiência muito rica, com dez canais”, explica Nelson Faria Júnior, Diretor de Engenharia da TV Cultura. “Nós estamos desenvolvendo a primeira solução com Dolby Atmos do Brasil”.
“Há muitos anos nós captamos o som multipista para ter uma matriz de qualidade, que permita este tipo mixagem”, detalha Ivon Luiz Pinto Junior, Gerente de Engenharia da emissora.
Uma sala para audição de áudio imersivo foi instalada na TV Cultura, como parte da fase de testes e produção de conteúdos com a nova tecnologia.
“Quem passa por aqui fica impressionado e logo pergunta quando terá este som em casa, é fascinante!”, destaca Paulo Sérgio Ernesto, Gerente de Operações.
Além do especial “Auto do Brasil”, outros programas musicais, esportivos e documentários estão previstos para 2022. “Nós começaremos a gravar em janeiro uma minissérie sobre os 200 anos do Brasil, também em áudio imersivo”, conta Nelson Faria. “A decisão de começar as transmissões foi principalmente tecnológica, pois nós já tínhamos o apoio das áreas de programação e artística”
Transmissão aberta
Um dos grandes desafios do áudio imersivo nas emissoras é adequá-lo ao padrão ISDB-Tb e incluí-lo no fluxo de transmissão. Os dados precisam estar prontos para serem interpretados pelos televisores e devidamente reproduzidos. Ao mesmo tempo, eles não devem afetar os demais canais de áudio e outros serviços, como o Closed Caption, Audiodescrição e EPG.
“O Áudio Imersivo, a Audiodescrição e até mesmo o áudio em outros idiomas, precisam de uma identificação exclusiva (PID), para serem incluídos na tabela PMT (Program Map Table)”, destaca Rafael Peressinoto, CTO da SHOWCASE. “
Este processo acontece durante a multiplexação e é fundamental para sinalizar a disponibilidade destes serviços”.
“A SHOWCASE criou em curtíssimo prazo um descritor (PID) para trabalhar com o Implementador de Funções IFN 100. Ele informa o tipo de stream que está sendo enviado para o televisor fazer a decodificação”, explica Hélio Rodrigues de Castro, Supervisor de Distribuição da TV Cultura.
“O Implementador de Funções e Remultiplexador Inteligente IFN 100 foi atualizado pelo centro de PD da SHOWCASE para sinalizar os descritores do Dolby ATMOS, integrando-os ao fluxo de processamento e transmissão da TV Cultura”, complementa Rafael Peressinoto. “
Nós participamos da implantação da TV Digital no Brasil desde o primeiro dia e temos grande honra em contribuir com a adoção do áudio imersivo, seja com ATMOS, MPEG-H ou outro formato. Este aperfeiçoamento certamente tornará a experiência de ver televisão ainda mais completa e atraente”.
Acessibilidade imersiva
O aumento do campo sonoro, gerando sensações para nos colocarem dentro da cena, também beneficiará a acessibilidade audiovisual, explica Marco Antonio Melo, Diretor da SHOWCASE: “A imersão é muito benéfica para os deficientes visuais, que compreendem melhor o que está sendo apresentado na tela. Esta tridimensionalidade é complementada pela Audiodescrição vinda do canto superior direto”.
Como maior fornecedora de soluções de acessibilidade por Closed Caption, Audiodescrição e LIBRAS para as emissoras de televisão brasileiras, a SHOWCASE ampliou a compatibilidade das suas soluções com todas as propostas de áudio imersivo do mercado. “O IFN 100 é compatível com os padrões MPEG-H e ATMOS, incluindo a capacidade de enriquecer a experiência de deficientes visuais com a Audiodescrição Imersiva”, destaca Marco Antonio.