Serviços profissionais e ferramentas de última geração tornam o Closed Caption um recurso fundamental para quebrar barreiras e garantir o amplo acesso a qualquer conteúdo audiovisual. Acompanhar as notícias do dia, ver a série preferida ou acompanhar aulas on-line é uma tarefa tranquila para a maioria das pessoas. Mas não para todos. Milhões de brasileiros têm a audição comprometida por doenças congênitas, envelhecimento ou exposição a ruídos.
Pode ser um desafio para os surdos consumir algum conteúdo audiovisual, afinal, nem sempre os recursos de acessibilidade estão disponíveis. O mais famoso deles, o Closed Caption, também chamado de Legenda Oculta, chegou ao Brasil há muitos anos, mas apenas na última década ganhou a devida importância, graças à legislação e à evolução tecnológica.
Pode-se dizer que a televisão digital foi uma das grandes propagadoras do Closed Caption, pois antes mesmo da sua implantação já havia previsão legal para a acessibilidade na programação das emissoras. O mesmo aconteceu com a Audiodescrição para os cegos. A nova tecnologia também facilitou a geração e transmissão das Legendas Ocultas, que hoje podem ser ativadas em qualquer tela de TV digital.
A acessibilidade visual e auditiva também foi assegurada no Cinema, DVDs, Streaming e em eventos por conta do Decreto Nº 5.296, de 2004, e do Decreto Nº 13.146, de 2015. A produção do Closed Caption varia de acordo com a plataforma e o formato de distribuição. Os formatos utilizados são o Closed Caption em Tempo Real, usado principalmente na televisão ao vivo e em eventos; o Closed Caption Pós-Produzido, para produções pré-gravadas, como entrevistas, novelas, debates, musicais, documentários, aulas e palestras; e o Open Caption, muito utilizado em salas de cinema, telões de áreas públicas e em conteúdos promocionais da internet, em que as legendas são gravadas diretamente sobre a imagem.
Descrição completa
Diferente das legendas exibidas nos filmes estrangeiros, o Closed Caption traz referências extras para auxiliar os surdos no entendimento da narrativa, como explica Jefferson Henrique, Assistente de Produção Audiovisual da SHOWCASE na área de Acessibilidade. “O Closed Caption tem padrões específicos para indicar tudo o que é audível, como efeitos, músicas e quem fala o que”, explica. “No caso de um filme de drama, por exemplo, é importante ambientar a cena, informando que há uma trilha sonora mais triste ao fundo”. Estudante de Letras, Jefferson está há pouco mais de dois anos na SHOWCASE e passou por diversos departamentos antes de se estabelecer na área de Serviços de Acessibilidade. Ele também foi treinado por dois meses sobre leis, normas das ABNT e a geração de Closed Caption em tempo real. “Além de detalhar os procedimentos, as normas das ABNT exigem uma acurácia de 98% em transmissões ao vivo e de 100% em programas gravados”, explica.
A precisão deste processo é alcançada combinando a habilidade dos profissionais e as tecnologias desenvolvidas pela SHOWCASE. A empresa integra os recursos de redes neurais capazes de identificar vozes, ruídos e outros sons, bem como de aprender novas palavras, alimentando um banco de dados dinâmico. Esta capacidade evolutiva acontece de forma contínua, tirando partido do conceito de Machine Learning.
Nos programas ao vivo, a interface utilizada por Jefferson Henrique envia os dados de Closed Caption para a emissora, onde eles são – literalmente – embutidos na transmissão. Tudo acontece num piscar de olhos, para as imagens e caracteres chegarem ao mesmo tempo aos telespectadores. Basta um toque no controle remoto do televisor para habilitar a função de Closed Caption.
A certeza de trabalhar numa solução que facilita a vida de milhões de brasileiros com surdez é um estímulo extra para o Assistente de Produção Audiovisual, que tira de letra programações tão diferentes como documentários sobre natureza e sessões da TV Justiça. “Apesar de não sentirmos na pele a privação da acessibilidade, nós podemos ter empatia. É mágico proporcionar esta inclusão e fazer a diferença na vida de pessoas que até pouco tempo eram discriminadas e deixadas de lado”, comemora Jefferson.